ARMANDO BUENO DE CAMARGO
CRP – 06 / 93377 / CNES 7071124
PSICANÁLISE - SEXUALIDADE HUMANA
O que aconteceu com o nosso casamento é a primeira pergunta que se faz.
O que foi feito do tempo em que se encontraram pela primeira vez, sentiram o coração bater em descompassado, suaram e sentiram um calor imenso invadir seus corpos.
Nossa sociedade com rígida moral-cristã ensina que o casamento é para toda vida (até que a morte os separe), mas, morte física ou morte do amor, esta é uma pergunta que devemos fazer.
Mas, todos devem/precisam se casar ?
A sociedade nos faz crescer com a ideia fixa de encontrar alguém que se enquadre a um padrão estabelecido, algum tempo de namoro e uma união para o resto da vida, assim, será formada uma família feliz e indissolúvel ... será?
Talvez devêssemos nos perguntar quais realmente foram os parâmetros para a escolha: o caráter, o físico, o cheiro, a inteligência... enfim, o que aproximou realmente...
Via de regra, envolve-se inicialmente com a aparência, como seu comportamento sua inteligência e sua disponibilidade; vemos no outro como gostaríamos de ser, mas, com o passar do tempo, ah, tempo cruel, somos apresentados para que o outro como realmente ele é, com suas manias, seus defeitos, não era isso que eu via e tampouco queria para mim..., mas o inflexível ideal se transforma o real, acabou a lua de mel, a paixão e a ilusão. Não queremos uma pessoa real , queremos nosso ideário neurótico e carente.
Rompimento da confiança, talvez seja um dos maiores fatores de afastamento do casal, pois, ao compromisso implica posse, e seu comportamento deve ser o aceitável pelo possuidor, possuidor único do casal (ele ou ela), individualidade... ora individualidade nem sempre é aceitável; além da pior e cruel pergunta (beira o controle total) no que você está pensando... maldita hora que me pus a pensar... A limitação na individualidade está no ato mais banal (para o outro).
O sexo, que deveria criar estabilidade ao casal, por meio de constante conquista do outro, do romantismo, do prazer em servir e dar prazer, normalmente torna a ser de sobrevivência ou marcar tabela, como o alimentar-se. Surge também o descuido com a aparência, mas, principalmente, com a fantasia... já não há mais necessidade de fantasiar... já estão casados, para que fantasiar...
A felicidade conjugal é algo que se busca, mas, geralmente não a construímos. É como se ela devesse vir por osmose, ou cair do céu. Mas, na verdade, a felicidade á dois é construir a felicidade, nos detalhes, na atenção, no servir, no apoiar, na constante ação positiva, no compreender (não passivo), no não julgar, pois cada um traz sua herança sócio-histórica e, se serviu no começo, por que a necessidade de mudar com o passar dos tempos? ( é respeito ao outro).
Assim, como somos finitos, finito também pode tornar-se o encanto, surge então o desajuste conjugal, de responsabilidade de ambos, fazendo se manter (toleram) pela extrema dependência afetiva (medo de perder), financeira, dissimulação da existência de problemas, vivendo a máscara da aparência e da existência , mantendo-se juntos..., porém, separados.
O outro passa a ser desconsiderado, passa-se a viver egoisticamente, autossuficiente, muitas vezes, com total indecência, oportunizando a relação extraconjugal, que se esconde sob o manto do segredo ou “o que os olhos não veem...” e finalmente a separação. A relação “extra” não retrata apenas insatisfação sexual, mas sim de convivência , tolerância de flexibilidade na convivência, o sexo é consequência da relação adulta, necessária e satisfatória.
Talvez, das maiores causas de decadência do casamento saudável são: a imaturidade (psicológica) do casal, a falta de empatia: saber ouvir, falar na sua vez, divergir e concordar com parcimônia, ou seja, conseguir aliviar a ansiedade, angústia, o medo, fantasias e desejos e a pressão social que ambos sofrem, são fatores que podem aproximar ou afastar o casal.
Para se separar, divorciar é preciso ter uma preparação, é um luto, uma perda que deve ser planejada com seriedade e consciência e consequência , normalmente muitas coisas e pessoas importantes devem ser levadas em conta, pois, ambos têm a perder, a família tem a perder sempre... mas se é para salvar um ou os dois, que seja feito com temperança e ajuda profissional de um psicólogo clínico, que poderá minimizar o sofrimento e melhorar o entendimento da vida... ainda que separados, se necessário for.
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