ARMANDO BUENO DE CAMARGO
CRP – 06-93377 / CNES 7071124
Psicólogo Clínico - Psicanálise - Sexualidade humana
Desde a antiguidade o homem procura encontrar o motivo pelo qual as relações humanas estão sujeitas às emoções (do latim ex movere que significa: mover para fora – afastar-se, perturbação), e dos sentimentos e o quanto influenciam na personalidade e na vida.
Por definição emoções; podemos entender que se trata de uma reação instantânea, inconsciente, psicofisiológica, cognitiva e de conduta, de nosso organismo perante a um agente externo.
Até nossos dias não há uma definição exata do conceito de emoção, ou quantas existem, sabe-se, no entanto, que o ser humano experimenta inumeras emoções ao longo da vida.
Robert Plutchek advoga que existem oito emoções principais, sendo elas: confiança, alegria, tristeza medo, raiva, surpresa, aversão e antecipação. Essas emoções com certeza são as básicas que percebemos que experenciamos no dia, dia.
Vivenciar emoção é particular e pessoal, de qualquer forma, faz com que o indivíduo reaja diante de acontecimentos, o que pode provocar alteração na respiração, choro, vermelhidão, tremores, boca seca, tontura, desmaios, e pode levar a pico de ansiedade
Apesar de ser uma reação inconsciente, importante é saber administrar a emoção, para que seja possível construir uma vida saudável de melhor qualidade ( é o que podemos chamar de inteligência emocional).
Sabemos que a área do cérebro responsável pela emoção é o sistema límbico no cérebro, portanto é um processo também químico do organismo.
Assim, como os filósofos gregos imaginaram o universo formado por quatro elementos: terra, ar, fogo e água; nas condições quente, frio, seco e úmido, respectivamente, coincidem com as quatro estações do ano. E nessa mesma linha de raciocínio, deram-se a origem à concepção dos quatro humores do corpo humano.
Humor (khymós do grego), segundo a escola de Hipócrates, é a substância existente no organismo que dá a manutenção à vida, a saúde e a qualidade de vida. Saúde como sendo a mistura perfeita desses quatro humores.
Galeno (romano), no século II dC. desenvolveu a primeira tipologia do temperamento, a doutrina humoral, e demonstrou a importância dos quatro humores, assim designando: sanguíneos – indivíduos atléticos, vigorosos, possuem liderança, responsável, amigável, sociável; fleumáticos – indivíduos cronicamente cansados e lentos, calmo, controlado, pacífico, pensativo; coléricos – indivíduos facilmente irritáveis em quem predomina a bile amarela, pessoa ativa, otimista, impulsivo, excitável; e, por último, o humor melancólico – indivíduos tristes que exibem excesso de bile negra e é um personagem introvertido, reservado, pessimista, ansioso.
Sentimento, por sua vez, podemos dizer que é um estado e reação que o corpo físico expressa diante de acontecimentos vivenciados, também provocado pelo sistema nervoso, o límbico, pode-se dizer que é uma reação consciente provocada por medo, perigo, ameaça etc., podendo ter conotação de sentimento bom e positivo ou ruim, por exemplo sentimento de honestidade, justiça ou morbidez, falsidade etc.
Um dos termos mais utilizados como sinônimo dos sentimentos nas tradições filosóficas é o da paixão, pois ela se refere a um sentimento de dor que deriva de um desejo intenso por uma pessoa ou objeto, ou objeto de desejo.
Conceito esse que sobreviveu por dois mil anos. No entanto, com a descoberta da estrutura celular, caiu o conceito de que os órgãos e tecidos eram massas consistente e resultante da solidificação dos humores, por se descobrir que cada tecido e órgão possui sua natureza e função independente, e, através de Rudof Virchow, criador do novo conceito substituindo a patologia humoral para a patologia celular, estabelece-se assim, um novo marco na evolução da teoria médica e na prática da medicina moderna.
Modernamente Wilhem Wundt (precursor da psicologia) e Carl Gustav Jung contemporâneo de Freud, estiveram na mesma esteira dos humores, porém, segundo Jung, postulou apenas dois tipos de humor: a extroversão – governado pelas expectativas e necessidade sociais e a introversão – energia dirigida para os estados subjetivos e processos psíquicos.
Observar a construção social do indivíduo, se considerar as emoções sem o humor, é limitar o que há apenas de reação física (hormonal) em qualquer processo de emoção ou sentimento, ou seja, passa-se a considerar apenas o racional; ser consciente e racional para com o humor é um importante passo para entender as relações sociais do indivíduo e como processo evolutivo, não obstante haver momento vividos totalmente inconsciente sem raciocínio lógico, portanto, não podemos generalizar as reações sociais em apenas consciente.
Algumas emoções são mais complexas, como ciúmes, culpa, vergonha, não são apenas reativas como o medo, a cólera. É, pois, a consciência que torna essas emoções verdadeiras.
Portanto, não há como dissociar humor das emoções, pois, isso é o que faz a personalidade social do indivíduo, corresponde seu relacionamento com a vida, com sigo mesmo e com o proximo, é, pois, um processo em constante construção evolutivo.
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